poema de patativa

O POETA

Eu sou fio do Assaré
Onde viveu meu avô
Lugá do meu nascimento
Que fica no interiô
De junto do Cariri.

Meu verso é como semente
Que nasce em cima do chão
Não tinha estudo nem ar
A minha rima faz parte.

Pra gente aqui ser poeta
É preciso fazer rima completa
Não precisa professor.
Basta ver o mês de maio
Um poema em cada flor.

MÚSICA

Nação contra nação
hoje o mundo que vivemos
é uma revolução
só se vê o preconceito
e nação contra nação
tem criança pela rua
descalça com pé no chão
me pedindo uma esmola
para comprar o pão
tem gente que descremina
mas somos todos iguais
tem gente que trata essas pessoas
como animal
ai meu deus
como eu tenho tanto medo
tem genteque descrimina
seja pobre ou seja negro
ai meu deus
porque avida é sempre assim
vejo as pessoas desprezados
sem saber pra onde ir
eles vivem abandonados
sofrendo e dormindo no chão
andando pelas ruas
sem ninguem lhe dar atenção
não, não, não, não, sem ninguem lhe dar atenção.